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AS MIGRAÇÕES INTERNAS NOS TERRITÓRIOS DO AGRONEGÓCIO PAULISTA
Última alteração: 2020-03-17
Resumo
A partir dos anos de 1980 o interior de São Paulo, sentido oeste, remodelou sua agricultura, anteriormente vinculada as antigas bases da cafeicultura e da pecuária extensiva. Diversas regiões do estado de São Paulo, como a Central e de Ribeirão Preto receberam incentivos governamentais via políticas públicas que incentivaram os agricultores dessas regiões a modificarem suas matrizes produtivas, como o caso do Proálcool. A Região de Ribeirão Preto, por exemplo, passou a se despontar no cenário nacional como grande produtora de álcool e açúcar para exportação, os níveis de lucratividade foram tão significativos que fizeram com que as cidades que compõem a Região, como Ribeirão Preto se “modernizassem” sendo reconhecida midiaticamente como a “Califórnia” brasileira (SILVA, 1999). Por outro lado, a riqueza desse setor não foi derivada tão somente da capacidade produtiva de moagem de cana-de-açúcar das usinas e seus equipamentos agriculturáveis que ali se instalaram, mas também de um contingente significativo de mão-de-obra necessária a produção. Os (as) trabalhadores (as) desses setores são na maioria das vezes migrantes interestaduais (SILVA, 1999; ALVES, 2007; MACIEL, 2016; PEREIRA, 2019). Nesse contingente/grupo é possível encontrar trabalhadores (as) advindos (as) de antigos processos de deslocamentos internos como aqueles que chegaram do nordeste brasileiro atraídos pelas possibilidades de emprego e renda em terras longínquas de sua origem, e população vinda das cidades próximas da região moradores das periferias urbana empobrecidas, que compuseram nos anos 1980, conhecidos popularmente como população volante e boia-fria (SILVA, 1999; MACIEL, 2012, 2016). Dessa maneira o estudo se dedica ao analisar as condições de vidas desses trabalhadores rurais migrantes nas cidades do agronegócio paulista.
Palavras-chave
Cartografia social; irregularidade fundiária; metodologias participativas; Rio Comprido.
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